O que é?
É a fratura mais frequente em todas as populações do mundo, constituindo cerca de 10 a 15 % de todas as fraturas em todas as idades. Fraturas do terço distal do radio são fraturas que ocorrem no antebraço, em sua porção mais afastada do cotovelo, ou seja, mais próxima do punho. O rádio é um dos ossos do antebraço, que participa do movimento de rotação da mão, acionado em diversas situações do cotidiano, como ao acenar, rodar uma fechadura, ou acionar com uma chave a ignição de um automóvel.
Porque acontece?
Essas fraturas apresentam 2 picos de maior incidência, com mecanismos de trauma distintos: Em pacientes jovens após traumas de alta energia no punho, como após acidentes de automóveis e motocicletas; E em mulheres acima de 60 anos após traumas de baixa energia, principalmente as quedas da própria altura em direção ao solo, nas quais o paciente se apoia sobre a palma da mão no intuito de prevenir inconscientemente uma trauma direto na região facial. Vale ressaltar que essas regiões mais proximais e mais distais dos ossos longos, que chamamos de metáfises são anatomicamente enfraquecidas em relação ao restante do osso (diáfise) que possui a parede mais reforçada (cortical mais espessa), enfraquecimento este que é mais evidenciado após a perda na mineralização óssea que ocorre habitualmente com o passar da idade e em outras condições que levem a osteoporose mais precocemente. Vale ressaltar que outro fator importante na ocorrência desses traumas são o alto grau de energia cinética que são envolvidos em acidentes automobilísticos e motociclisticos, levando a estas fraturas em populações mais jovens.
Como posso saber que tenho?
A historia típica da doença é a citada acima, ou seja, um episódio recente de trauma agudo sobre a mão espalmada, levando a dor intensa, perda defunção de flexão do punho e dedos que é impossibilitada pela dor, inchaço, sangramentos locais, perda de sensibilidade e dormência nos dedos, e podem ainda levar a deformidades típicas como a que chamamos ‘deformidade em dorso de garfo’ (imagem). Diante do quadro acima é fundamental se dirigir a um hospital de urgência com ortopedista de plantão para firmar o diagnostico através da avaliação clinica e radiográfica, definindo em conjunto com o paciente a melhor opção de tratamento para cada caso.
Precisa operar?
Devido a diversidade enorme nas suas formas de apresentação, a indicação de tratamento para as fraturas do terço distal do rádio vão depender de diversos fatores, relacionados tanto ao paciente (idade, nivel de atividade, necessidade de retorno precoce as suas atividades habituais, qualidade óssea e capacidade de adesão ao tratamento), quanto as características da própria fratura (que podem ser simples ou complexas, com alterações
associadas ou não nas articulações do rádio, expostas ou fechadas, de alta ou baixa energia, instáveis ou estáveis após imobilização, com ou sem desvio do osso fraturado). O método de tratamento não-cirúrgico requer imobilização temporária do punho (de 2 a 8 semanas), com tala gessada ou gesso circular, após a redução da fratura (quando ha necessidade de ‘colocar o osso no lugar’) ou não, seguindo então para a reabilitação motora para o ganho dos movimentos do punho e dos dedos. A principal vantagem aceita na literatura atual em relação ao tratamento cirúrgico, e principalmente ao tratamento cirúrgico minimamente invasivo (colocação de implantes metálicos rígidos agredindo o mínimo possível as partes moles ao redor do osso – músculos, tendões, ligamentos e pele) se dá ao fato de não haver a necessidade de imobilização no período pós-operatório, acelerando consideravelmente o retorno da função da mão e consequentemente o retorno total do paciente as suas atividades habituais.